Boletim Informativo GADDINI MUNHOZ – 010/04.2020

Gestão de Crédito e Recebíveis durante a crise do Covid-19:  aja agora!

Além do impacto na saúde e no ser humano, os efeitos da crise global da saúde serão obviamente grandes para a economia.

Provavelmente, esses efeitos serão mais significativos do que os da crise de 2008 que “era uma crise essencialmente financeira”, cujos efeitos sobre a economia certamente foram significativos, mas que não causaram a interrupção de setores inteiros da atividade econômica. Algumas empresas terão dificuldade para se recuperar e continuar exercendo suas atividades.

As consequências do Coronavírus provavelmente serão duradouras e obrigarão muitos a realizarem mudanças radicais em sua organização, e, quiçá, em seu modelo de negócio.

Muitos setores já são os atingidos pela crise e confinamento imposto às populações. Primeiro, aqueles que se baseiam no movimento de indivíduos: turismo, automóvel, transporte aéreo, negócios físicos (varejistas) de bens (não alimentares ou farmacêuticos), esporte e bem-estar, etc. A interrupção repentina de toda ou quase toda a atividade por um período significativo irá certamente ocasionar vários problemas para essas empresas (cadeia produtiva, gestão de recursos humanos, financiamento das suas atividades, etc.) e, em particular, àqueles que não têm a possibilidade de migrar rapidamente para um modelo de vendas online ou outra alternativa que vise manter a atividade comercial de seus negócios.

 

Ressaltamos aqui que 1) a adaptabilidade de sua organização e 2) a solidez de sua estrutura financeira serão fatores determinantes de resiliência diante desta crise.

Certamente, as medidas governamentais para apoiar a economia são muito importantes e ajudarão várias empresas em dificuldade. No entanto, devemos entender que, apesar de seu compromisso e seu desejo de apoiar as empresas “a qualquer custo”, o governo federal e os estados têm meios limitados, uma vez que dependem de uma arrecadação fiscal insuficiente e não poderão subsidiar, mesmo que parcialmente, a economia por muito tempo.

Assim, apesar da publicação de inúmeras MPs e instruções, a ajuda pública terá um efeito “temporário” nesta crise, mas não será sustentável. Algumas empresas não irão se recuperar, principalmente as mais frágeis e com capacidade de adaptação limitada. A duração desta crise também irá influenciar muito em seus efeitos.

Essa crise irá passar, mas trará consigo mudanças profundas e duradouras, tanto nos modelos de negócio, quanto nos processos e também na atuação dos gestores e colaboradores. Dessa forma, a capacidade de adaptação e transformação das empresas será essencial para definir sua sustentabilidade e seu desenvolvimento no período atual e no pós-crise.

Há setores de negócios que serão menos impactados e alguns podem até se beneficiar da situação, mas essa trará necessidades de ajustes e estabelecimento de prioridades até mesmo para os mais privilegiados e bem estruturados.

Alinhados com nossos parceiros e prestadores, nós, da GADDINI MUNHOZ, acreditamos que seja essencial que as empresas definam algumas prioridades neste momento atual, principalmente no que diz respeito à gestão de seus recebíveis e de seus contratos comerciais.

O gerenciamento de crédito e a cobrança das dívidas são prioridades absolutas neste momento! O Caixa é a fonte de vida e sobrevivência para nossas empresas. Somente a boa administração dos recursos financeiros irá lhes permitirá superar este difícil período e se adaptar às novas condições que serão impostas pelo mercado.

Seguem abaixo algumas de considerações que vemos como ações de grande importância enquanto arrevessamos este período de muitas incertezas:

  1. Preserve o caixa de sua empresa, atuando de forma ativa para acelerar as cobranças das vendas já realizadas. Não perca tempo e aja imediatamente!
  2. Entre em contato com seus clientes para obter compromissos de pagamento e/ou para negociar algum atraso, em consideração suas dificuldades. Combine antes e acompanhe!
  3. Esteja presente e favoreça o diálogo e os acordos de forma antecipada e valide um plano de pagamento factível e realista, visando manter um fluxo de recebimentos;
  4. Formalize contratos de renegociação de dívida dos contratos já existentes, flexibilizando e contemplando os pagamentos em atraso, atuais e futuros;
  5. Independentemente de porte e segmento, cada cliente, cada fatura, qualquer que seja o valor, deve ser gerenciado ativamente. Cenários de cobrança deverão ser mais ativos com alertas antecipados ao vencimento e a comunicação deve ser ampliada; estabelecer ações específicas de renegociação e acompanhamento constante através de relatórios etc.;
  6. Antecipe o risco de insolvência e priorize suas ações nos clientes mais frágeis. Quanto mais o tempo passa, mais as consequências financeiras serão sentidas nas empresas, pois é fato que:

 

  • Estar presente e constante contato com seus clientes aumenta as chances de ser pago com prioridade;
  • Estar distante e alheio aos problemas de seus clientes e negligenciar suas faturas em aberto aumenta suas chances de ser “esquecido e protelado”;
  • Quanto mais o tempo passa e sua carteira de recebíveis envelhece (quanto maior o “aging” da carteira), mais remota será a possibilidade de receber!

 

Recomendamos, então, que você estreite e aposte nas relações humanas e crie aliados entre seus clientes, parceiros, fornecedores e, principalmente, tenha sempre um  advogado experiente ao seu lado, pois ele certamente irá lhe auxiliar ao longo de todo esse processo, com estratégias de minimização e mitigação dos riscos envolvidos!

 

Mantenha-se sempre bem informado e, em caso de dúvidas sobre este material, consulte-nos!

e-mail: recepcao@gmt.adv.br

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